Rodoviários de Guarapari colocam ‘caixinha’ pedindo doações em ônibus

Os motoristas e cobradores dos coletivos de Guarapari voltaram a protestar contra os atrasos nos pagamentos. Os trabalhadores instalaram caixinhas nos ônibus para receber doações da população que utiliza o transporte público na cidade.

Segundo os funcionários, o dinheiro arrecadado é utilizado para ajudar nas despesas daqueles que enfrentam mais dificuldades para manter a renda e o sustento da família. O valor arrecadado é dividido entre os cobradores e motoristas.

“Tem uns que usam o dinheiro para comprar leite, pão, fraldas ou mesmo pagar contas de água e de luz”, afirmou um dos funcionários, que não será identificado.

As caixinhas foram instaladas na semana passada em ônibus que operam em pelo menos cinco linhas do município. Fontes ouvidas  explicaram que o gesto tem como objetivo cobrar o pagamento em dia dos salários.

Esse não é foi o primeiro protesto realizado pelos funcionários da empresa que opera no município. No inicio do mês, os rodoviários fizeram uma greve de três dias. Em um ato realizado na frente da garagem da empresa, que fica no bairro Muquiçaba, os funcionários cantaram “parabéns” para os salários atrasados.

“Nós fizemos vaquinhas para ajudar na greve. Recebíamos almoço. Tinha colegas que levavam a família para almoçar e tomar café, pois não tinha nada em casa. Encerramos a greve, e tem gente passando necessidade”, frisou um dos funcionários.

O Sindicato dos Rodoviários de Guarapari (Sintrovig) e a prefeitura do município foram procurados, mas ainda não se manifestaram. Assim que houver resposta, a reportagem será atualizada.

O OUTRO LADO

A empresa Expresso Lorenzutti disse que as caixinhas instaladas nos ônibus são irregulares e foram colocadas sem autorização. A viação afirmou que, até o momento em que foi procurada, não tinha conhecimento do fato e disse que irá apurar o ocorrido e tomar as medidas cabíveis para o caso.

A empresa reforçou, ainda, que o pagamento dos funcionários está sendo realizado conforme acordo firmado na Justiça do Trabalho, que prevê que 60% da receita semanal da empresa deve ser distribuída entre todos funcionários, para o pagamento de salários ou vale alimentação.

Segundo o documento, o valor da semana deve ser comprovado em uma comissão formada entre representantes da empresa e do sindicato que representa a categoria.

Informações: Folha Vitória