Judoca capixaba busca bolsa-atleta para manter sonho de disputar Olimpíadas de 2028 nos Estados Unidos

Andrey Coelho (o primeiro à direita) está entre os sete primeiros do judô nacional em sua categoria (Foto: Divulgação)

Uma história que começou com a mãe buscando uma atividade esportiva para o filho agitado está se tornando num grande “case” de sucesso no Espírito Santo: o menino se transformou no principal judoca capixaba, Andrey de Souza Coelho, hoje com  17 anos, 1,87 metro, e já sonhando em alavancar a carreira e brigar por medalha nas Olimpiadas de 2028 nos Estados Unidos.

Para isso, ele está num momento crucial da carreira, vivendo entre a escassez de recursos para buscar uma oportunidade num grande clube, onde possa desenvolver seu talento, e a falta de adversários à altura no Estado, o que limita sua evolução. Primeiro colocado do ranking capixaba sub-21 e sênior e 7º do ranking nacional na categoria menos de 100kg (liderada pelo carioca Mateus Guimarães), Andrey busca apoio do Bolsa Atleta, programa do Governo do Estado, e patrocínio para conseguir evoluir.

No próximo dia 26, Andrey Coelho estará de volta ao tatame para disputar mais uma etapa do Estadual de Judô, “se aparecer alguém para lutar”. Este é o seu maior desafio: já não existe com quem lugar no Espírito Santo. Na Academia Aliança, de Santa Martha, onde treina, é obrigado a ter como adversários judocas de categorias menores, o que acaba não lhe exigindo tanto quanto deveria.

O INÍCIO

Andrey está no judô há 11 anos. Aos 8 anos, era uma criança muito agitada e a mãe, Sabrina Deoclecio, procurou um esporte que pudesse praticar. Acabou no projeto social da Judô Salles, em Itararé, onde mora. “Eu sempre fui muito competitivo e isso despertou o interesse da academia de judô Yamate, de Mata da Praia, e fui para lá aos 12 anos, levado pelo Pablo, filho do sensei Marcos Salles. O Pablo lutava na Yamate e abriu as portas. .Ganhei 100% de bolsa”, contou.

Em 2018, começou a competir pela Yamate e ficou em segundo lugar na última etpa ao Estadual na categoria menos de 64kg. Em 2019, já foi campeão da primeira etapa na categoria menos de 73kg sub-15 anos e ficou em terceiro lugar no Brasileiro Regional na Bahia, reunindo atletas ainda do Espírito Santos, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Estadual, foi campeão de duas etapas e ficou em segundo em mais duas.

A pandemia interrompeu sua carreira em 2020, quando saiu da Yamate e foi para a Aliança, com o sensei Adison Paulo. Em 2021 voltaram as etapas do Estadual. Andrey já estava competindo na categoria mais de 100kg e foi campeão em três etapas e segundo colocado em uma na categoria sub-18. Em 2022, ganhou todas as etapas estaduais no sub-18 e no sub-21. E no Brasileiro Regional, disputado em Betim (MG), foi vice na categoria sub-18 mais de 90kg e terceiro colocado no sub-21 categoria menos de 100kg.

Nos Jogos da Juventude, em Aracaju (SE), ficou em quinto lugar na categoria menos de 90kg e quinto na final do Brasileiro, em julho daquele ano, na categoria menos de 90kg.

O ano de 2023 começou no mesmo ritmo e foi campeão da primeira etapa estadual na categoria menos de 100kg sub-21 e sênior e foi campeão na categoria sub-21 menos de 100kg no Brasileiro Regional (BA, ES, MG e RJ) disputado no Tancredão, em abril. E terceiro colocado na categoria sênior. Repetiu essa colocação na Taça Brasil Sub-21 em Curitiba. No Aberto Nacional Sub-23 ficou em quinto lugar, derrotando Daniel Nazareth, atleta do Flamengo (RJ).

Em 2024, Andrey tem um objetivo: atualmente faixa marrom, quer mudar de patamar, indo para a faixa preta. Tem o apoio do pai, Roberto Coelho, para continuar no esporte, apesar das limitações financeiras.  Clubes de outros estados já estão com Andrey no radar. Ele recebeu dois convites para testes no Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, que descartou por causa da distância, e também do Minas Tênis Clube.

“Para evoluir, tenho que sair. Este é meu objetivo. Quero representar bem o meu Estado e chegar às Olimpíadas”, disse Andrey, que tem duas fontes de inspiração:  Leonardo Gonçalves, o melhor brasileiro na categoria menos de 100kg, medalha de ouro  no Grand Prix da Austrália em maio deste ano, com cinco vitórias por ippon, e o japonês Shoi Ono, bicampeão olímpico e tricampeão mundial, já aposentado. (Da Redação)