Mergulhadores colocavam drogas nos cascos de navio, diz delegado da Polícia Federal

Os suspeitos envolvidos na exportação de drogas que partia do Espírito Santo e do Rio de Janeiro para a Europa utilizavam mergulhadores profissionais para esconder os entorpecentes nos cascos de navio.

De acordo com o delegado e chefe da Delegacia de Repreensão a Drogas da PF no Rio de Janeiro, Bruno Tavares, é comum que a ação criminosa utilize para o tráfico de drogas internacional compartimentos como containers, mas desta vez, os criminosos agiam de forma diferente para enganar a polícia.

“É importante ressaltar que essa organização trabalha de uma forma um pouco diferente na exportação do material ilícito. Estamos acostumados a ter a inserção de drogas em containers e essa organização age de forma distinta fazendo a inserção das drogas nos cascos dos navios por meio de mergulhadores”, explicou o delegado.

Ainda segundo o delegado, a Polícia Federal irá restringir a compra de bens e imóveis da organização criminosa, de maneira a interromper efetivamente a ação do tráfico internacional.

“É importante ressaltar também a descapitalização da organização através da restrição de bens, imóveis, contas, para que a gente consiga de fato fazer cessar essa atuação”.

Operação Tamoios combate tráfico internacional de drogas

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (24), a Operação Tamoios, que tem como objetivo combater o tráfico internacional de drogas, desde 2019, com foco no transporte marítimo. No Espírito Santo, são cumpridos quatro mandados de busca e dois de prisão.

Expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aproximadamente 60 policiais federais cumprem 12 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.

Na investigação, que contou com o apoio da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, a Polícia Federal apreendeu mais de 200 kg de cloridrato de cocaína, 14 veículos de luxo, 6 imóveis de alto padrão em Guarapari e no Rio de Janeiro, além de R$ 827 milhões em espécie, até o momento.

A investigação apurou que a organização criminosa utiliza pequenas embarcações pesqueiras e mergulhadores profissionais para a logística.

Os investigados, usando a estratégia da pesca artesanal e do mergulho, realizam de forma organizada o transporte de grandes carregamentos de cloridrato de cocaína para o Porto de Rotterdam, na Holanda.

A maioria dos integrantes da organização criminosa, que operavam em conjunto com organizações transnacionais, são do Rio de Janeiro e transportavam a droga até Espírito Santo, de onde embarcavam para a Europa.

Informações: Folha Vitória