Jovens já representam 43% das mortes nos hospitais do Estado, alerta secretário

O secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, abriu a coletiva de imprensa falando que há uma diferença nesta que é considerada a terceira fase da pandemia de coronavírus. De 22 de fevereiro a 24 de março, o Espírito Santo viveu um período de aceleração. A partir de 1 de abril, foi alcançado um pequeno platô. “Estamos reconhecendo que o Espírito Santo viveu um período de queda acentuada de casos mas o mesmo período apresentou uma pressão assistencial muito grande e mantém um padrão de óbitos por semana em patamares muito elevado, superiores a 400 óbitos por semana”, calcula.

Ele também prevê que o mês de abril terá um contexto inédito com um quantitativo inédito de óbitos e com ocupação de leitos acima de 90%.

O secretário alertou para a mudança de perfil dos pacientes que está cada vez mais jovem. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) calcula que de outubro de 2020 até 28 de fevereiro, óbitos hospitalares entre 18 e 29 anos representavam 25%. De 1 de fevereiro a 18 de abril, os óbitos dessa faixa etária subiu para 43%. “Temos uma doença que se comporta com mortalidade maior na população jovem”, destacou.

O subsecretário de Saúde, Luiz Carlos Reblin, que acompanha a coletiva, reforçou a necessidade de que os jovens tomem mais consciência e cuidado em relação à pandemia.  “Praticamente dobrou o número de óbitos em jovens que são internados. Os jovens precisam entender que não estão imunes à doença, independentemente de ter tido ou não a doença”, reforçou. Reblin afirmou que o jovem pode ser causa preponderante da subida de uma nova curva de casos, se arriscando a adoecer de forma grave, ser internado e ir a óbito.

Em relação à ocupação hospitalar, o secretário Fernandes aponta que há uma estabilização de internações, atualmente  sem fila de espera para pacientes graves ou moderados. “Estamos desde sexta-feira mantendo um comportamento de atender em menos de 24 horas toda a demanda de pacientes de enfermaria e UTI. A queda de casos poderá apresentar uma percepção da queda nas internações de UTI até o final de abril, em especial no início do mês de maio. Porém, não iremos alcançar em menos de 60 dias, os níveis que tivemos entre a primeira e a segunda expansão de casos”, observa.

Nova expansão da doença

O secretário Nésio Fernandes creditou que a lentidão na vacinação pode resultar numa nova expansão da doença no Espírito Santo. “Por não termos alcançado uma imunidade coletiva pela vacinação, é possível que ao longo do segundo quadrimestre o Estado possa viver uma nova expansão na curva de casos. Por isso temos que preservar até atingir 80% da imunização da população, evitar aglomerações e seguir as medidas de isolamento social”, alertou.

Ele também garantiu que a Sesa está atenta à presença de novas variantes do vírus. “Estamos neste momento incorporando tecnologias que poderão identificar comportamento da variante P1. Algumas expressões importantes dos Estados que têm a P1 como predominante: a quantidade de jovens internados é maior”, apontou.

Informações: Folha Vitória