Golpe da formatura: estelionatário levava vida de luxo com dinheiro de universitários do ES

A Polícia Civil do Espírito Santo prendeu um homem acusado de aplicar golpes em, pelo menos, 120 universitários de quatro universidades que contrataram serviços para a realização de formaturas.

O homem foi preso no último domingo (13), enquanto participava de um campeonato de jiu-jitsu, em Vitória.

Nos anos de 2015 e 2016, segundo a polícia, Luis Carlos Vieira Júnior, de 39 anos, celebrou contrato de prestação de serviço com onze comissões de formaturas, fazendo-as acreditar que realizaria os eventos de formatura firmados em contrato.

Em meados de 2019, ou seja, às vésperas das festividades das turmas que estavam se formando, as vítimas perceberam o golpe, que acarretou um prejuízo total de mais de R$ 1 milhão aos formandos.

Investigação

De acordo com o delegado Douglas Vieira, da Delegacia de Defraudações (Defa), a investigação apontou que tudo começou no ano de 2015, quando Luis Carlos fez uma parceria com uma grande empresa em ele que ficaria responsável pela parte de formaturas. Em 2017, o responsável pela empresa ficou insatisfeito e desfez a parceria com ele.

O preso então fez uma proposta de compra de parte da empresa por R$ 200 mil e ficou de pagar de forma parcelada. Foram pagas apenas duas parcelas e Luis Carlos não quitou o restante do valor, segundo a polícia.

“Ele queria ficar com todos os contratos e a clientela. Foram feitos aditivos e ele passou a assumir a responsabilidade dos contratos. Chegou ao nosso conhecimento 11 comissões de formaturas e ultrapassa mais de 120 vítimas. Ele cobrava cerca de R$ 6, R$ 7 e até R$ 20 mil por aluno. Era um pacote completo”, disse.

O delegado explicou ainda que algumas festas foram feitas, mas em um determinado momento ele resolveu não fazer as festas e sumiu com o dinheiro.

Os fornecedores não eram pagos e em uma delas, em 2019, Luis Carlos cobrou os convites e depois os clientes descobriram que eles não tinham sido pagos.

“O estelionatário sempre tenta dizer que foi um desacordo comercial e não foi um golpe. Ao nosso entender ficou muito claro o golpe. Cada golpe desse ele responde por até cinco anos. Eles são convincentes e muito simpáticos”, contou.

Até a última atualização deste texto, a reportagem não havia obtido contato com a defesa do preso.