Enivaldo dos Anjos critica redução de tempo para campanha eleitoral

Deputado Enivaldo dos Anjos

A redução do tempo de campanha política para as eleições estaduais e federal deste ano foi criticada pelo deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) da tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (19/06/2018) como prejudicial ao processo democrático por não permitir ampla divulgação e maior debate dos programas de governo dos candidatos. Como resultado imediato, o deputado vê o processo pré-eleitoral completamente confuso.

“Eu nunca vi nada igual. As letrinhas da política brasileira (dos partidos) estão caminhando como biruta de aeroporto, especialmente aqui no Espírito Santo, onde o processo eleitoral caminha para uma situação completamente diferente de todas as outras eleições. Partidos que hoje se posicionam como oposição talvez tenham que se posicionar diferente lá na frente por conta dos arranjos em nível federal”, disse Enivaldo.

De acordo com o calendário eleitoral, os registros de candidatura somente serão liberados no dia 15 de agosto, iniciando-se, então, a campanha para o pleito, cujo primeiro turno será no dia 7 de outubro. “São menos de 50 dias para os candidatos apresentarem ao eleitor sua plataforma de governo.

O autor da proposta de reduzir o tempo de campanha acabou contribuindo para prejudicar o processo democrático”, comenta o deputado. Enivaldo acrescenta que em Estados pequenos como o Espírito Santo pode ser que haja tempo de apresentar o programa.

“Mas em um estado como São Paulo, com mais de 30 milhões de eleitores, como se consegue chegar a toda a população em tão pouco tempo?”, questiona. Diante desse quadro, o deputado do PSD e 2º secretário da Mesa Diretora prevê que a campanha será em termos impossíveis de se prever: “No caso do Espírito Santo tem-se colocado na mídia política que existem três ou quatro pré-candidatura ao governo. E nessas pré-candidaturas nem os próprios pré-candidatos assumiram publicamente o compromisso com isso”.

A mais recente novidade, segundo Enivaldo, refere-se a uma possível pré-candidatura ao governo do senador Ricardo Ferraço, cujo mandato de oito anos está terminando. “A cada viagem que a gente faz as pessoas querem saber o que ninguém sabe. Essa do senador Ricardo Ferraço é a mais recente. Ou seja, a gente não consegue saber o que vai acontecer. Estamos a menos de quatro meses das eleições e ninguém sabe quem vai defender candidaturas majoritárias”, observa.

Diante de tudo isso, Enivaldo dos Anjos acredita que a mudança na legislação somente beneficiou os que querem acabar com a propaganda política e perpetuar no poder as mesmas pessoas. “A mim parece que essa redução de tempo de campanha eleitoral tem o claro objetivo de dirigir o pleito”, finaliza.