Em festa de Enivaldo, Hartung pede atenção às eleições presidenciais

O governador Paulo Hartung (MDB), do Espírito Santo, aproveitou a presença de mais de 500 pessoas na prestação de contas e comemorações de aniversário do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), em Barra de São Francisco, no último sábado (05), para fazer um apelo que transcende as eleições estaduais: atenção com as eleições presidenciais deste ano.

Para o chefe do Executivo, “o Brasil não pode mais correr o risco de cair nas mãos de um aventureiro”. “É isso o que mais me preocupa. Nosso País não tem condições de viver mais quatro anos de aventura. Se a gente errar o voto, vamos caminhar na direção da Venezuela, que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo e passa privações de toda ordem. Muitos venezuelanos estão vindo para o Brasil tentando ganhar um dinheiro, alguns até se prostituindo no Norte do País para mandar dinheiro para a família na Venezuela”, observou.

Paulo Hartung reconheceu a frustração generalizada com a política, o que gera até angústia, e que existem motivos de sobra para a população estar magoada: “Quem fica com energia depois das desgraças que se vê no Jornal Nacional? Só se vê o desativo, desmandos, corrupção, mas eu quero perguntar: o que vamos levar para a urna? Nossa angústia e chateação? Temos motivos de sobra. Ou vamos levar nossa cuca, nossa inteligência, nossa capacidade de, mesmo diante de uma maluquice dessas, a gente levantar a cabeça, olhar para o futuro e as futuras gerações”.

RADICALISMO

Em seguida, o governador foi ainda mais específico: “Não adianta entregar esse País nas mãos de gente radical, nem de um lado e nem de outro. Não é radicalismo que vai consertar o Brasil, o Brasil tem conserto, porque tem potencial e um povo bom. Precisamos consertar o rumo do País, precisamos de gente com inteligência, sabedoria, experiência, para poder trilhar outro caminho que transforme tanto potencial em emprego, renda e oportunidade, especialmente para o jovem brasileiro”.

Apesar dos discursos que o antecederam enaltecerem seu nome e seu governo, o governador em nenhum momento falou em reeleição, mas sim na valorização de seu modelo de gestão: “Estou feliz com a vinda do Lucas, meu neto, mas estou feliz e muito com o rumo que demos ao Espírito Santo. Era fácil pisar na bola. O Rio pisou na bola, Minas Gerais pisou na bola, é só ver à nossa volta o que fizeram. Na vida, o caminho fácil sempre leva a um destino ruim”. Hartung falou também sobre liderança: “Liderar não é ser maria vai com as outras, ir a favor do vento, se o vento está levando a uma direção equivocada. É olhar no branco do olho das pessoas e falar a verdade. Liderar um Estado é igual criar um filho.

Ele nasce sem nada saber e nós é que temos que ensinar. Na hora que vamos ensinar, não querem, fazem pirraça, mas o papel de verdadeiro pai e mãe é não desistir, mas voltar à tese água mole boa em pedra dura tanto bate até que fura.

Você precisa fazer aquilo que é necessário”. Para liderar, segundo o governador, é preciso saber lidar com as adversidades: “Nem sempre convivemos com a compreensão das pessoas, às vezes tem a incompreensão, a crítica, a canelada, e até a tentativa de desestabilizar a gente. Mas aí você pede força a Deus e invade o caminho da desestabilização.

O Brasil inteiro entrou em crise, erraram, erraram, erraram, e colocaram o Brasil em crise. Isso afetou a todo mundo, colocaram a gente nessa encrenca”. Sobre a experiência do Espírito Santo, Paulo Hartung traçou um panorama de quase terra arrasada: “O Espírito Santo, além da crise conjuntural, ainda teve que conviver com a falta de água, mais de dois anos e meio de estiagem, trazendo sacrifício para o produtor rural, principalmente. Além disso, veio esse desastre da Samarco, que sozinha produz 5% de tudo o que nós produzimos.

Foi crise hídrica, e a paralisação da Samarco, a crise do petróleo. O Rio é maior produtor de petróleo, nós somos o segundo. Agora, olha como o Rio de Janeiro ficou e como nós ficamos. Isso é resultado do rumo que demos ao Espírito Santo”. Voltando ao tema das eleições presidenciais, o governador foi enfático: “Não vale a pena ser omisso. Se errou uma vez, não erre a segunda, meu pai sempre me ensinou isso”.

ENIVALDO

Sobre o homenageado do dia, deputado Enivaldo dos Anjos, o governador Paulo Hartung só teve palavras de elogio e salientou o esforço que teve de fazer para participar do evento. “Estar aqui celebrando o aniversário e a prestação de contas do Enivaldo, dois gestos que se convergem, demandou uma logística especial. Estava no Rio de Janeiro, onde nasceu meu primeiro neto, e eu sou um avô babão. Estou voltando para lá. Mas o homenageado merece isso. Prestar contas é um gesto republicano, porque, na democracia representativa, os mandatos são conferidos pelo voto popular, mas aquele que exerce o mandato não é dono do mandato.

O dono do mandato é o povo, o cidadão que vota. Por isso que eu disse que é bacana esse gesto de vir aqui mostrar, de forma resumida, o que foi feito”. Para o governador, os fatos falam por si: “É um mandato que valeu a pena e Enivaldo é um amigo de vocês e amigo meu. Eu não digo há muito tempo porque sou jovem, mas há algum tempo, quando nos conhecemos como deputados estaduais juntos (1986). Amizade que vem percorrendo o tempo. E Enivaldo é um grande líder, que enobrece a região e o Espírito Santo”.

(Por: José Caldas, jornalista)