Deputado Mazinho cria Frente Parlamentar de Desenvolvimento do Noroeste

O deputado estadual Mazinho dos Anjos (PSDB) protocolou na Assembleia Legislativa o pedido de criação da Frente Parlamentar de Desenvolvimento Econômico e Social do Noroeste do Espírito Santo, com o objetivo de fomentar ações e iniciativas visando a projetos estruturantes, públicos e privados, bem como o apoio às atividades econômicas já existentes na região.

O parlamentar está colhendo assinaturas de apoio à Frente, que deverá ser formalizada na sessão ordinária da próxima segunda-feira (13).

“O Noroeste por muito tempo ficou relegado a segundo plano e isso gerou atraso econômico e social. Por isso, precisamos unir esforços de todos para que não percamos o que já conquistamos e possamos ir além”, disse Mazinho.

Um dos assuntos que o deputado quer retomar é a discussão em torno de melhorias na circulação de pessoas e produtos: “Já existe uma discussão em torno de melhorar rodovias, promovendo a integração regional, bem como a duplicação da BR 381, que em Minas Gerais está sendo feita até Governador Valadares. Esta é uma ação que envolve os dois Estados, pois restarão apenas 300km para a completa duplicação da via, a partir de São Mateus até Valadares”.

Outra frente de atuação que Mazinho já está desenvolvendo é com relação a “quebrar o isolamento” de Água Doce do Norte: “Já estive com o vice-governador Ricardo Ferraço, acompanhado do prefeito Abraão Lincoln, e lançamos os fundamentos para a mobilização. Uma iniciativa fundamental é a pavimentação dos 75,5km de rodovia entre Água Doce e Ataléia (MG). Isso inclui um trecho da ES-080 e uma ação, que precisará contar também com a bancada federal, para a ligação de Prata dos Baianos até a cidade mineira, que é uma rodovia federal, a BR 482”, disse Mazinho.

Nesse contexto, Mazinho dos Anjos quer acompanhar também o projeto privado do complexo ferroviário da Petrocity Ferrovias, com cinco contratos de autorização já assinados com o Governo Federal e prazo de execução em curso, com 10 anos para implantação. De acordo com o planejamento da empresa, serão mais de 2 mil km de estradas de ferro ligando o Vale do Aço, em Minas Gerais, e a região produtora de grãos do cerrado brasileiro, em Goiás, ao futuro Centro Portuário que o grupo planeja para Uruçuquara, em São Mateus.

“São projetos que vão mexer por completo na estrutura econômica da região Noroeste, beneficiando setores já consolidados, como o de rochas ornamentais, e atraindo novos investimentos e tecnologias”, disse Mazinho.

ROCHAS

O Espírito Santo produz 82% das rochas brasileiras, o que correspondente a quase 6% das rochas mundiais. O município de Barra de São Francisco responde por 57% das exportações do Espírito Santo.

De acordo com dados do setor, o município do Noroeste produz 59% das extrações de blocos de granito do Espírito Santo, produz 45% das chapas de granito beneficiadas e concentra as indústrias de beneficiamento de 15 municípios do Noroeste do Espírito Santo. Sete de cada 10 indústrias da região estão instaladas em Barra de São Francisco.

A excelência do parque industrial da região atrai para beneficiamento até mesmo quartizito extraído na Bahia e no Ceará. É o maior parque industrial por metro quadrado do setor de rochas no mundo, com tecnologia de última geração, segundo a ANPO – Associação Noroeste de Produção de Rochas.

Das 500 máquinas de teares multifios existentes no parque de beneficiamento do Espírito Santo, mais de 200 estão em Barra de São Francisco, com uma capacidade instalada para aumentar a produção seis vezes em relação ao que é produzido atualmente. Nos últimos oito anos, foram investidos mais de 600 milhões de dólares no parque industrial de rochas do Noroeste, sendo 90% de recursos próprios das empresas.

Estimativas da Associação são de que a produção de granito representa 11% do PIB capixaba, com jazidas capazes de exploração crescente pelos próximos 2 mil anos. O Espírito Santo e Minas Gerais, notadamente a região vizinha ao Noroeste capixaba, juntos, produzem quase 95% por cento das rochas ornamentais exportadas pelo Brasil.

De mais de 1 bilhão de dólares anuais em exportação, são 900 milhões do Espírito Santo e 134 milhões de Minas Gerais. Principal destino das rochas exportadas: Estados Unidos da América com 700 milhões de dólares.

“Precisamos de mobilização de todos os atores para estabelecer o corredor logístico Rota 381, compreendido por: duplicação da BR 381, entre São Mateus e Governador Valadares; implantação do Centro Portuário de São Mateus, o mais moderno terminal privado do Brasil e único do Sudeste na região da Sudene; e implantação, no modelo shortline, da Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, ligando o porto a Ipatinga (MG)” disse Mazinho.