Marido de jovem morta com tiro na cabeça no ES diz que disparo foi acidental

O companheiro da jovem Evellin Bernardo de Oliveira, de 20 anos, que morreu com um tiro na cabeça na última sexta-feira (30) se apresentou na delegacia na tarde de ontem (5) em Vitória.

Segundo a Polícia Civil, o homem se apresentou espontaneamente na Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) acompanhado de advogado, prestou depoimento, confessou que foi o autor do disparo e alegou que foi um tiro acidental.

Após o depoimento, o homem foi liberado.

“A legislação brasileira estabelece prisão imediata somente em situações de flagrante delito ou mediante mandado de prisão. No caso em tela, nenhuma das duas situações se configura e, além disso, houve a apresentação espontânea. Dessa forma, o depoimento foi colhido e o homem liberado, no momento”, disse a polícia.

Ainda de acordo com a polícia, ao verificar as informações a respeito do investigado, constatou-se que em sua ficha criminal constam, pelo menos, cinco passagens anteriores.

A última prisão, realizada pela Polícia Civil, ocorreu na nona fase da Operação Caim, em 24 de julho. Na ocasião, ele foi autuado em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, sendo liberado no dia seguinte à prisão, por decisão judicial, em audiência de custódia.

Na decisão, a Justiça determinou, como medida cautelar, o uso de tornozeleira eletrônica. Segundo a Polícia Civil, ele removeu a tornozeleira por conta própria em outubro.

O caso

Parentes e amigos da jovem cobram explicações sobre o caso. Para a mãe da jovem, a suspeita é de que a filha tenha sido vítima de feminicídio.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela sogra de Evellin, a jovem foi deixada no Pronto-Atendimento (PA) da Praia do Suá com um tiro na cabeça e depois encaminhada ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Heue), onde não resistiu ao ferimento e morreu.

Na ocasião, a mulher contou à polícia que a jovem tinha saído de casa com amigas para comemorar o aniversário de 21 anos. Dias depois, outros relatos começaram a surgir e levantaram hipóteses sobre o que aconteceu na noite do crime.

A mãe de Evellin, Aline Bernardo, tem recebido áudios de pessoas que dizem ter participado do evento e que ouviram o disparo que matou a vítima.

Segundo testemunhas, Evellin estava em uma festa no Morro da Garrafa, próximo ao local onde ela morava com a sogra e o companheiro. De acordo com uma das testemunhas, um homem teria atirado na jovem acidentalmente. Alguns relatos afirmam que o companheiro de Evellin estava no local.

Esse mesmo companheiro, segundo Aline, já agrediu Evellin quando a jovem estava grávida, mas a polícia ainda não apontou se ele tem ligação com o crime.

“Eu trouxe a minha filha para casa em um caixão, no dia do aniversário dela. Fiz de tudo para trazer a minha filha de volta, e eu trouxe ela em um caixão junto comigo”, disse a mãe da vítima.

Informações: G1