Distúrbio do sono faz paciente querer sexo enquanto dorme

Problemas de sono são frequentes

Durante o sono, eles soltam gemidos, apalpam quem está do lado, se masturbam, fazem movimentos sexuais e até levantam para ir para a cama de outra pessoa. São os portadores de um distúrbio pouco falado na medicina chamado de sexônia.

Especialista em Medicina do Sono, a pneumologista Jéssica Polese explica que se trata de um comportamento anormal do sono, uma alteração que faz com que a pessoa tenha comportamentos sexuais enquanto dorme, e que afeta sobretudo os homens.

“Também pode acometer as mulheres, mas acontece mais com os homens, pela própria agressividade maior do sexo masculino, numa alusão às partes mais primitivas do ser humano. A sexônia é comum, especialmente, durante períodos de grande estresse e cansaço, e em quem faz uso frequente de álcool ou drogas”, explica.

Como os portadores do distúrbio não lembram do que aconteceu durante a noite, Jéssica Polese explica que, quando confrontada com seu comportamento durante o sono, a pessoa pode apresentar negação, vergonha e raiva.

Presidente da Associação Brasileira do Sono, a médica Simone Prezotti lembra que esses comportamentos sexuais são indesejados, inconscientes e, normalmente, sem lembrança dos acontecimentos. “Podem ser violentos ou não”, destaca.

A sexônia, explica Simone, pode ocorrer sozinha ou associada a sonambulismo, apneia do sono ou outros distúrbios.

“Privação de sono e uso de alguns medicamentos com ação no sistema nervoso central, incluindo remédios para dormir, podem também levar às crises”, acrescenta.

A médica elenca que, entre as estratégias de prevenção, estão evitar a privação do sono, não consumir álcool e remédios que possam precipitar o problema, manter horários regulares para acordar e dormir, tratar outros possíveis distúrbios do sono associados e fazer tratamento com medicamentos específicos.

Já Polese diz que, em casos graves do distúrbio, são receitados sedativos e tratamentos psicológicos.

Casos:

Descobriu problema durante exame

Um homem de 44 anos descobriu que apresentava sintomas de sexônia quando foi fazer um exame de sono – que é filmado – em Vitória.

Ao analisar as imagens para diagnóstico de outro distúrbio do sono, a equipe médica percebeu que o homem, durante o sono, sentou na cama, e, de pijama, começou a tocar em suas partes íntimas e a fazer movimentos sexuais, como masturbação.

Casal acabou entrando em crise

Um casal acabou entrando em crise. Ele, de 50 anos, começou a apresentar comportamento sexual violento e agressivo durante o sono. A mulher, de 40 anos, ficou muito assustada.
O marido a empurrava e puxava com muita força. A mulher passava madrugadas chorando e, quando o homem acordava, não entendia nada. Eles quase se separaram, mas a situação foi controlada após três consultas médicas e indicação de um sedativo.

Saiba mais:

Distúrbio

  • A sexônia é um distúrbio do sono, um comportamento considerado anormal do sono.
  • É uma alteração que faz com que a pessoa tenha comportamentos sexuais durante o sono, como fazer gemidos, sons comuns do sexo, apalpar o companheiro e até iniciar movimentos semelhantes ao contato íntimo ou masturbação.
  • É mais comum em homens, mas também pode afetar mulheres.
  • Costuma Acontecer em períodos de estresse e cansaço, e afeta, principalmente, quem faz muito uso de bebidas alcoólicas ou drogas.
  • Por isso, é preciso trancar a porta do quarto e orientar quem está ao redor sobre a possibilidade de crise.

Sintomas

  • Surgimento de comportamentos sexuais durante o sono, como gemidos, masturbação, apalpar o companheiro, levantar da cama e ir para a cama onde está outra pessoa.
  • Quem sofre do distúrbio, não tem qualquer lembrança dos comportamentos que teve durante o sono.
  • Quando confrontada, com seu comportamento durante o sono, a pessoa pode apresentar negação, vergonha e raiva.
  • Tratamento
  • Evitar a privação do sono, não consumir álcool e remédios que possam precipitar o problema, manter horários regulares para acordar e dormir, tratar outros possíveis distúrbios do sono associados e fazer uso de medicamentos.
Fontes: Simone Prezzoti e Jéssica Polese, médicas especialistas em sono.

Informações: Tribuna on line