Petrocity assina dia 17 de janeiro contratos para obras em São Mateus

Presidentes de cerca de dez empresas de grande porte, que participarão dos projetos de instalação do maior complexo portuário privado do Espírito Santo, e um dos maiores do Brasil, estarão no Estado no próximo dia 17 de janeiro, quando a Petrocity assinará o contrato final das obras, que serão feitas pela Construtora Norberto Odebrecht. As obras civis consumirão R$ 2,1 bilhões, mas o projeto total custará R$ 3,130 bilhões.

O presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, ainda não definiu onde, exatamente, será o evento de assinatura dos contratos, mas disse que será em Vitória, mas poderá ocorrer até mesmo no Palácio Anchieta, durante audiência com o governador Renato Casagrande (PSB), que assumirá o mandato no dia 1º de janeiro de 2019.

“O nosso objetivo é a antecipação de todos os processos definidos e descritos e das atividades e objetos contratados. Temos o apoio total do novo governo e, se tudo correr dentro do nosso cronograma, poderemos até inaugurar o projeto em São Mateus ao final do mandato do governador, dando um salto qualitativo extraordinário na infraestrutura logística do Espírito Santo, e redesenhando a geografia não apenas do Estado, mas do próprio Sudeste”, disse José Roberto.

Do complexo portuário a ser erguido em São Mateus, no litoral Norte capixaba, constam duas usinas termelétricas de 350MW e quatro unidades fotovoltaicas (de energia solar) de 50MW, além de Estações de Tratamento de Esgoto e também de Água. “É quase uma nova  cidade o que vai nascer em torno do complexo portuário”, salienta José Roberto.

DÉFICIT PORTUÁRIO

O Porto de Vitória é um dos 28 portos do complexo brasileiro, deficitário diante da demanda da produção nacional (Foto: Sérgio Cardoso)

A fase de construção civil do Complexo Portuário de São Mateus vai gerar 2.500 empregos diretos, enquanto na operação serão 2.000 empregados. Porém, estimativas dão conta de que pelo menos outros 6 a 8 mil empregos indiretos serão gerados no município por outros negócios que serão atraídos pela presença do Porto.

Quando confrontado com a “concorrência” com o Porto de Açu, megaprojeto que já entrou em operação em São João da Barra, Norte do litoral do Estado do Rio, o presidente da Petrocity salienta que não há nenhuma relação neste sentido. Pelo contrário, ele avalia que o Brasil ainda ficará com um déficit portuário grande.

“É só refletirmos sobre o fato de que a Itália, por exemplo, tem 52 portos e o Brasil, com o tamanho, o território e o potencial que tem, conta com apenas 28 portos. O que existe é falta de portos no Brasil para que as empresas tenham segurança de que aquilo que produzirem vão poder escoar”, observa José Roberto Barbosa.

A Itália tem 301.388 quilômetros quadrados em confronto com os 8,5 milhões de quilômetros do Brasil, mas uma extensão litorânea um pouco maior: Itália – 7.600km; Brasil – 7.491km.

O porto da Petrocity em São Mateus estará habilitado para receber as maiores embarcações do mundo. Não apenas os navios do modelo Panamax (aqueles com tamanho para atravessarem o canal de Panamá) e  Suezmax (que atravessam o canal de Suez e demandam calado de 16 metros).

“Não apenas os modelos Panamax e Suezmax, mas também os Capesize. Todos os grandes navios e embarcações de cargas. Teremos três berços de 16 metros e outros três de 14 metros de calado, e uma grande plataforma para transbordo entre grande curso e cabotagem”, explica Barbosa.

Os navios capesize são embarcações de carga gigantescos, com mais de 200 mil toneladas de capacidade e cujo tamanho, geralmente, não os permitem passar pelo Canal de Suez, entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Por conta disso, essas embarcações têm que contornar a África pelo Cabo da Boa Esperança, daí a designação “cape”, de cabo. Hoje, em dia, porém, alguns desses navios já conseguem passar em Suez, desde que não excedam os 18 metros de calado.

(Reportagens diárias publicadas pelo jornalista José Caldas da Costa sobre os impactos dos projetos do porto da Petrocity, em São Mateus, e da nova ferrovia EFMES)