De Dalla a Hartung, deputado defende valorização da boa política

Moacir Dalla foi lembrado por Enivaldo

Quebrando o clima de animosidade que marcou os debates no início da semana na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) fez um discurso conciliador na sessão da última terça-feira (13) na Assembleia Legislativa, espalhando elogios desde a época do senador Moacir Dalla, que presidiu o Senado, até os dias atuais, quando disse que “não se pode desconhecer a importância do governador Paulo Hartung para projetar a boa política do Espírito Santo”.

Enivaldo disse que Moacir Dalla iniciou um ciclo de boa representação, ao presidir a sessão do Colégio Eleitoral que escolheu Tancredo Neves presidente da República em 1985, retornando a chefia da República a um civil, após 21 anos de governo militar.

Também elogiou Theodorico Ferraço por ter criado o Grupo Participação na Câmara dos Deputados, “para enfrentar o poder da ditadura militar, em favor da democracia”, resultando na criação do Partido da Frente Liberal(PFL).

“Me considero um daqueles que não tem inveja de quem cresce. É preciso reeconhecer aqueles que, na defesa de uma grande causa, engrandecem sua representação e seu Estado.

A política do Espírito Santo já teve várias figuras que honraram a política. Moacir Dalla alcançou um posto admirável, o senador Élcio Álvares foi líder do governo FHC, foi ministro. Isso nos dá a confiança e a certeza de que o Espírito Santo consegue, através de seus filhos, atuar com brilho nesse País tão forte economicamente”, observou Enivaldo. O deputado salientou que se tornou comum pessoas que hoje ocupam cargos no Estado sejam duramente atacadas por pessoas mais jovens, “com liberdade de falar, ir e vir, e que se esquecem daqueles que até estiveram presos e lutaram contra a ditadura e pelo bem-estar da população”.

E arrematou: “Cabe a nós reconhecer o mérito dos que lutaram e lutam pelo Espírito Santo e pelo Brasil”. De forma direta, citou um de seus principais antagonistas hoje no plenário da Casa: “É possível ter num parlamento um deputado com a atuação como em o deputado Majeski porque muitos antes foram ameaçados, cassados, e morreram pelas mãos da ditadura, para que hoje pudéssemos ter essa liberdade”.

Enfático, Enivaldo disse: “Nossa luta aqui é pelas ideias. Não aceito que avacalhem uma liderança política como governador Paulo Hartung, que sempre exerceu o poder pelo voto popular e tem uma história desde o movimento estudantil, quando enfrentou os representantes do governo, a Polícia Federal e os porões da ditadura, e não pode ser destratado, por exemplo, pelo fato de ter faltado dois ou três leitos no hospital. Não há como fazer tudo de uma vez no comando do Estado”.

Ato contínuo, o deputado Enivaldo dos Anjos elogiou o antecessor do atual governador, Renato Casagrande: “Fiquei orgulhoso quando Renato Casagrande foi líder do governo. Hoje ele é secretário geral do PSB, um dos grandes partidos do País. Uma liderança que saiu de Castelo, de uma família que não é rica, e alcançou essas posições, merece respeito. Fazer oposição a ele não pode ser desonrando a pessoa e sua história”. Sobrou reconhecimento também para os atuais senadores da República: “Em seu mandato, o senador Ricardo Ferraço criou um espaço de ligação com as grandes figuras do País, criando expectativa de relacionamentos de interesse do Estado e sendo relator de importantes projetos no Senado.

O senador Magno Malta é reconhecido como figura de destaque em todo o País. A senadora Rose de Freitas exerce um mandato de resultados importantes para o Estado”. Voltando a Ricardo Ferraço, o deputado reiterou que “o senador tem sido olhado de maneira errada no Espírito Santo, pois optou por estabelecer um relacionamento amplo na política brasileira e mitos não são capazes de entender o quão importante foi o mandato dele. Precisamos de senadores de peso, com penetração na política nacional para viabilizar caminhos para o Espírito Santo, porque somos um Estado pequeno. Se temos uma boa representação, por que não reconhecer isso?”.

Voltando à questão da saúde, Enivaldo, numa menção a problemas trazidos à discussão por deputados de oposição do Norte do Estado, disse que “não se pode achincalhar o governo porque falta leito no hospital de São Mateus. Cobrar, sim, achincalhar não. Precisamos de política de grandeza e não de picuinha”.

E foi taxativo em defender uma maior projeção do governador Paulo Hartung no cenário nacional: “Se me fosse dado o direito de opinar, eu diria que o governador Paulo Hartung deveria deixar o governo em abril e ocupar espaço na política nacional.

Quando será que o Estado terá condições, novamente, de influenciar de influenciar a política e a economia nacional, como ele faz com suas palestras nos grandes centros e até no Exterior? Por que atacar quem hoje dá estabilidade econômica ao Estado e o projeta ao Brasil?” Enivaldo reconheceu a particularidade deste ano como um período de busca de votos para as eleições de outubro, mas ponderou: “Mesmo tendo posições partidárias e políticas divergentes, e procurando espaços para conquistar votos que nos elejam, temos que exaltar os que têm capacidade e que exercem a função pública com competência. Precisamos reconhecer nossos políticos e parar de querer diminuir as pessoas”.

O deputado do PSD disse ter aconselhado o deputado Da Vitória: “Ele tem chances de se eleger deputado federa e falei com ele para se aprofundar na questão do cooperativismo para defender essa bandeira na Câmara Federal. As cooperativas hoje pagam impostos como uma empresa comum, quando deveriam ter tratamento diferenciado, pois este é o melhor sistema para incentivar a economia e acabar com os atravessadores.

A Europa, principalmente a Alemanha, nos dá os melhores exemplos de que é um sistema eficiente”. Para finalizar, Enivaldo defendeu: “Precisamos valorizar as inteligências políticas do Espírito Santo, as pessoas que souberam construir relações que favorecem o Estado, sem picuinhas. Podemos ajudar nisso, fazendo discussões isentas de paixão, sem abuso e sem a provocação desnecessária.

Quem leva vantagem com isso? Podemos ter um processo político mais intelectualizado, de alto nível, com menos interesse político eleitoral e mais em favor da população. Ninguém manda no povo. Um exemplo claro disse é o deputado Amaro Neto, que não tem esquema político e chegou aqui como o deputado mais votado”.