Privatização da Eletrobrás não é consenso entre senadores do ES

A votação da Medida Provisória que prevê a privatização da Eletrobrás está prevista para entrar na pauta de votação do Senado Federal, nesta quarta-feira (16). O assunto não é consenso dentre os parlamentares capixabas.

O senador Fabiano Contarato (Rede) é contra a medida. “Não apoio qualquer tentativa que abra caminho para a privatização da Eletrobrás. Quando falamos em privatizar significa: demissão em massa, redução de salários e a precarização dos serviços. A privatização traria consequências gravíssimas para todos nós.” Senador Fabiano Contarato (Rede-ES)

Já Marcos do Val (Podemos) vai votar favorável à proposta. “Sou a favor da privatização. O texto entregue pelo Governo Federal prevê um sistema de venda de novas ações no mercado, o que irá gerar arrecadação para o governo e, futuramente, uma possível queda na tarifa para o consumidor.”

A senadora Rose de Freitas (MDB) não respondeu.

Câmara Federal 

No mês passado, os deputados federais aprovaram a Medida Provisória que viabiliza a privatização. A medida contou com o apoio da maioria dos parlamentares capixabas. Dos 10 deputados, 6 votaram a favor. O placar geral ficou 313 a 166.

Votaram a favor Amaro Neto (Republicanos), Da Vitória (Cidadania), Soraya Manato (PSL), Evair de Melo (PP), Lauriete (PSC) e Neucimar Fraga (PSD). Posicionaram-se contra Felipe Rigoni (PSB), Helder Salomão (PT), Norma Ayub (DEM) e Ted Conti (PSB).

Estatal

A Eletrobras é uma sociedade de economia mista (ou seja, possui capital privado e estatal) e de capital aberto, o que significa que “partes” da empresa são divididas em ações negociáveis na bolsa de valores. Ainda assim a empresa continua sendo estatal, pois o governo brasileiro é atualmente dono da maior parte da Eletrobras, com quase 60% das ações com direito a voto.

O modelo de desestatização prevê a emissão de novas ações da Eletrobras, a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União. Apesar de perder o controle, a União terá uma ação de classe especial (golden share) que lhe garante poder de veto em decisões da assembleia de acionistas a fim de evitar que algum deles ou um grupo de vários detenha mais de 10% do capital votante da Eletrobras.

A estatal é a maior companhia do setor elétrico da América Latina. É líder em transmissão de energia elétrica no Brasil, com aproximadamente metade do total de linhas de transmissão do país em sua rede básica. Tem capacidade geradora equivalente a cerca de 1/3 do total da capacidade instalada do País. A previsão é de R$ 19,756 bilhões​ em investimentos entre 2018 e 2022, segundo a companhia.

A privatização é uma das prioridades do Ministério da Economia e deve render R$ 16 bilhões aos cofres públicos. Em fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro entregou a MP pessoalmente ao Congresso Nacional. Acompanhado de ministros e auxiliares, o Presidente foi a pé do Palácio do Planalto ao Congresso, onde se encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). “A Câmara e Senado vão dar devida urgência a matéria, até por ser uma MP”, afirmou o Presidente na ocasião.

Informação: Folha Vitória