Empresários no Estado pedem a volta do horário de verão

Empresários de diferentes setores no Estado saíram em defesa da volta do horário de verão como forma de evitar um racionamento de energia e também para estimular a economia.

O mesmo pedido também já foi feito por associações nacionais dos setores de alimentação, turismo e comércio, que enviaram um documento ao presidente Jair Bolsonaro pela volta do horário de verão.

No documento, as entidades argumentam que qualquer economia de energia seria relevante diante da gravidade da crise hídrica que o País enfrenta.

O horário de verão foi extinto em 2019 por Bolsonaro, sob o argumento de que já não garantia grande economia de energia enquanto causava transtornos para trabalhadores, principalmente aqueles que dependem do transporte público ainda de madrugada.

A presidente da Associação dos Comerciantes da Glória (Uniglória), Glenda Amaral, disse que o retorno seria muito positivo para funcionários e lojistas.

“Para o funcionário seria ótimo, porque, com uma hora a mais de sol, há mais segurança para voltar para casa ou fazer alguma atividade física, por exemplo. Para o empresário também é ótimo, porque já percebemos que as pessoas ficam mais dispostas a sair do trabalho e vir fazer compras”.

Já a Federação de Comércio do Estado (Fecomércio-ES) diz que não vê problemas em um eventual retorno do horário de verão.

“Não é algo que nos afete caso aconteça. Daremos nosso apoio se for necessário”, disse o diretor da Fecomércio-ES, José Carlos Bergamin.

Em nota, a Federação das Indústrias (Findes) explicou que montou, junto ao governo do Estado, um comitê de crise hidroenergética, que visa a estudar soluções a curto, médio e longo prazo para evitar racionamentos compulsórios de energia, e que irá se reunir, na próxima semana, com o Ministério de Minas e Energia para tratar do tema.

Para que serve o horário de verão?

O horário de verão serve para minimizar a sobrecarga de consumo durante alguns picos diários. As horas de maior consumo de energia do dia (final da tarde) ocorrem quando as pessoas chegam em suas casas e ligam o chuveiro elétrico, a TV e outros equipamentos eletrônicos, aumentando a demanda de energia. Assim, durante o horário de verão, o maior aproveitamento da luz natural faz com que as lâmpadas de casas, indústrias, espaços comerciais, ruas e espaços públicos sejam ligadas mais tarde, quando o pico de consumo já diminuiu. Dessa forma, evita-se uma sobrecarga do sistema de distribuição de energia.

Quando o horário de verão foi inventado?

Ao contrário do que muitos pensam, o horário de verão não é invenção brasileira e é adotado por vários países e regiões do mundo. A ideia foi criada pelo político e cientista norte-americano, Benjamim Franklin, no ano de 1784, sendo primeiramente adotada somente no início do século XX, durante a I Guerra Mundial, pela Alemanha, país que precisava economizar os gastos com carvão mineral em razão dos tempos difíceis do combate e dos gastos militares.

Com o tempo, outros países também foram adotando a mudança anual do horário. No Brasil, ele foi primeiramente utilizado no início da década de 1930 pelo Governo Vargas que buscava uma maior economia em tempos de crise econômica mundial. A partir de 1967, o horário deixou de ser adotado e foi retomado apenas na década de 1980, graças aos problemas de produção de energia nas hidrelétricas. Todavia, a adoção do horário não era padronizada, ou seja, variava de duração e data todos os anos, de forma que sua regulamentação correta ocorreu somente em 2008.