CPI da Sonegação da AL convoca presidente da Vale do Rio Doce para depor

Com o intuito de levantar os benefícios de que a companhia dispõe para operar no Espírito Santo, sem fazer os investimentos equivalentes aos impostos que, supostamente, deixaria de pagar, a CPI da Sonegação de Tributos da Assembleia Legislativa convocou o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, para depor na sua sessão ordinária marcada para o dia 7 de agosto, às 11 horas, no Plenário Dirceu Cardoso.

A convocação foi assinada pelo presidente da Comissão, deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD), que na sessão ordinária desta terça-feira, dia 3, pela manhã, fez um duro discurso tendo como pano de fundo o anúncio de que um acordo costurado pelo Governo Federal com a Vale está retirando do Espírito Santo a construção de uma ferrovia até o Porto Central, que será construído em Presidente Kennedy, no Sul do Estado, em troca da antecipação da renovação da concessão da Ferrovia Vitória-Minas.

“Eu tenho pena de Goiás, porque onde a Vale põe a mão leva um rastro de lama e pó de minério, como faz no Espírito Santo, mas o que precisamos é de ter coragem para denunciar de maneira séria a causa que deu motivo a essa mudança. Sabemos que isso é interesse da Vale, que está deixando o Espírito Santo apenas com o pó de minério e transferindo seus investimentos para outras regiões do Brasil. Tanto é que esta semana aconteceu mudança na administração da vale e transformaram diretores em supervisores, numa bagunça administrativa para redução de despesas”, disse Enivaldo.

De acordo com o parlamentar, é fundamental que se forme uma comissão de deputados “para debater e denunciar a Vale por tirar do Espírito Santo aquilo que prometeu por estar aqui há anos, obtendo benefícios, isenções fiscais e condições facilitadas para utilizar uma área privilegiada, que, se fosse destinada ao turismo, seria muito melhor aproveitada”.

E acrescentou: “Mas o que eles fazem é obrigar a população a respirar pó preto, sem tomar nenhuma providência. A Vale e a Arcelor Mital são duas empresas assassinas, irresponsáveis, que só almejam o lucro”. Enivaldo condenou a partidarização da discussão em torno da retirada do investimento da nova ferrovia, levando-a para o Centro-Oeste do País.

“Ficam querendo responsabilizar fulano ou beltrano e isso não acrescenta nada aos interesses do Espírito Santo. Desse jeito nunca vamos conseguir nada para o Estado. Até parece que se o governador fosse outro isso não aconteceria, como querem fazer crer alguns deputados, com um discurso simplório de que foi retaliação porque o governador não foi à inauguração do aeroporto, conduzida por uma senadora que tomou conta de tudo e conseguiu manipular um Presidente totalmente sem autoridade”.