Covid-19: governo do ES já está preparado para iniciar imunização assim que vacina chegar

O governo do Espírito Santo garante que já está preparado para começar a imunizar a população assim que o governo federal aprovar e distribuir as doses da vacina contra o novo coronavírus. A previsão é de que o Ministério da Saúde comece a distribuir as primeiras doses no início do ano que vem.

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, equipes de saúde foram treinadas e materiais adquiridos para que o Estado inicie a imunização assim que a vacina chegar. Segundo ele, cerca de 6 milhões de agulhas e seringas foram compradas exclusivamente para a vacinação contra a covid-19 nos municípios capixabas.

“Nós temos mais de 500 salas de vacina no Espírito Santo, já nos preparamos adquirindo insumos. Então os insumos para fazer a aplicação da vacina — seringas, agulhas, esse material necessário para aplicar a vacina —, já temos todo esse trâmite providenciado e, assim que a vacina chegar, estamos prontos para fazer a aplicação”, garantiu Reblin.

O Brasil tem algumas vacinas em teste, mas nenhuma aprovada até agora. O Ministério da Saúde afirma que o país não descarta a compra de nenhuma vacina, desde que ela seja segura e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Porém, uma das preocupações é como manter a temperatura correta da vacina, já que algumas, como é o caso da produzida pela norte-americana Pfizer, precisam ser conservadas a 70 graus negativos.

“Que ela seja fundamentalmente termoestável por longos períodos em temperaturas de 2 a 8 graus, porque a nossa rede de frios, nas 38 mil salas, é montada e estabelecida com uma rede de frios de aproximadamente 2 a 8 graus”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.

Anteriormente, o governo federal previa a distribuição de 30 milhões de doses em todo o Brasil no início do ano que vem. Nesta quarta-feira (2), no entanto, houve recuo. Agora, apenas metade dessa quantidade deve chegar às unidades de saúde a partir de janeiro de 2021.

De acordo com o Ministério da Saúde, poucos laboratórios têm capacidade para produzir a quantidade necessária que atenda à população. Apesar disso, o cronograma de vacinação já montado.

“O grupo prioritário, do ponto de vista epidemiológico da covid-19, são as pessoas de mais idade e com comorbidades, bem como os profissionais de saúde, porque esses profissionais têm uma maior exposição e são mais suscetíveis à transmissão da doença. Também são prioridade a população indígena e a população privada de liberdade”, destacou Medeiros.

A expectativa agora é que o governo brasileiro acelere o processo de aprovação da vacina, na tentativa de frear uma nova onda de contaminação. No Espírito Santo, os casos de covid-19 voltaram a subir a partir do fim de setembro. Desde março, já foram contabilizados 193.825 infectados e 4.322 mortos em todo o estado, segundo o Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

De acordo com Luiz Carlos Reblin, a aproximação do verão tem preocupado as autoridades sanitárias. “Nós estamos numa fase de aceleração e essa fase de aceleração poderá chegar no verão. E no verão, então, os casos realmente aumentarem muito, como aumentaram no início da pandemia”, frisou.

Primeira vacina aprovada

O Reino Unido tornou-se, nesta quarta-feira, o primeiro país ocidental a conceder autorização para uso emergencial de uma vacina contra covid-19, abrindo o caminho para que o imunizante desenvolvido pela americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech seja distribuído à população britânica em volumes limitados em poucos dias. A notícia fez crescer a expectativa para que a imunização chegue logo ao Brasil

De acordo com o governo britânico, a vacina demonstrou 95% de proteção para todos os grupos, de jovens a idosos. Até agora, 40 milhões de doses foram encomendadas, o suficiente para atender 20 milhões de pessoas, já que a vacina é dividida em duas aplicações.

“Essa vacina é de RNA. O RNA é um segmento que contém informações que vão instruir as células do nosso corpo a produzir uma proteína, que é a proteína S, a Spike, do coronavírus, para que o sistema imune estude ela, aprenda sobre ela e, principalmente, saiba reconhecê-la quando observar esse vírus na circulação, no momento em que a gente acabar sendo exposto a ele”,explicou a bióloga Mellanie Dutra, do Instituto Questão de Ciência.

A mesma vacina está sendo avaliada pelo órgão regulador de medicamentos e alimentos dos EUA, a FDA, com expectativa de que a autorização saia ainda este mês e a vacinação comece antes do fim do ano.

O resultado obtido pela BioNTech e o Pfizer foi histórico,, já que ambas conseguiram desenvolver e receber a aprovação de uma vacina em menos de um ano, conquistando assim um tempo recorde. A vacina contra a covid-19 fabricada pelas empresas e utilizada no país será chamada de BNT162.

Informações: Folha Vitória