“Conseguimos estabilizar a oferta de leitos, mas o número de mortes ainda é alto”, diz Casagrande

O governador Renato Casagrande destacou a estabilização na ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para pacientes com covid-19 no Espírito Santo ocorrida nesta semana. De acordo com o Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a taxa de ocupação desses leitos, em todo o estado, é hoje de 82,7%, patamar muito próximo do observado ao longo dos demais dias desta semana.

“Nossa estratégia de estruturação do sistema de saúde funcionou. Tivemos alguns problemas pontuais, como no sul do Estado e na Grande Vitória, mas esses problemas foram se resolvendo com a regulação de mais leitos. A demanda por leitos se estabilizou e esperamos que continue assim. Mas vamos continuar monitorando essa situação dia a dia”, ressaltou o governador durante um pronunciamento, realizado via redes sociais, nesta sexta-feira (19).

Casagrande também falou sobre a estratégia do governo estadual em priorizar a abertura de mais leitos em hospitais já estruturados em vez de investir na construção de hospitais de campanha.

“Recebemos muita pressão para construirmos hospitais de campanha e nunca descartamos essa possibilidade. Mas o hospital de campanha funciona quatro ou cinco meses e depois toda a estrutura dele é desmontada. Nossa estratégia foi estruturar os hospitais públicos e filantrópicos já existentes, para ficar como legado para a sociedade capixaba. Ampliamos todos os hospitais públicos do Estado, compramos respiradores, fizemos investimentos fortes. Abrimos mais de 1,3 mil leitos de UTI e enfermaria”, destacou.

Entretanto, o governador reconheceu que o número de mortes por coronavírus no Espírito Santo ainda é muito alto. Nesta sexta-feira, segundo o Painel Covid-19, foram registrados mais 44 óbitos no estado provocados pela covid-19 — mesmo número observado na quinta-feira (18). Ao todo, 1.267 pacientes infectados pelo coronavírus já morreram no estado.

“Se a gente conseguiu estabilizar o atendimento com a oferta de leitos, o número de pessoas que perdem a vida ainda é muito alto. Então é preciso que a gente também dê essa contribuição juntos, como sociedade, como população e como indivíduo. Mesmo que a gente não tenha sido contagiado, que a gente se coloque no lugar de quem foi contagiado e que está num leito hospitalar ou de quem precisa se proteger mais ainda. Isso só acontece se a gente reduzir a interação. É preciso manter e ampliar o distanciamento social”, frisou.

“Há muito tempo a gente não tinha uma crise como essa. Eu estou, como governador, enfrentando uma crise que a nossa geração e gerações do passado não enfrentaram do tamanho de uma crise como essa. Tivemos a última pandemia em 1918, que foi a gripe espanhola, tivemos uma crise em 1929, tivemos a Segunda Guerra Mundial, que terminou em 1945, mas essa guerra que a gente está vivendo agora é uma guerra que atinge todos os países. O inimigo é um só e tira mais vidas do que uma guerra mundial. Temos que ter muito equilíbrio e muita parceria para que a gente possa enfrentar essa crise. Tivemos um sucessso no atendimento hospitalar, mas juntos temos que perseguir o outro objetivo nosso, que é salvar vidas”, acrescentou Casagrande.

Informações: Folha Vitória