Cem cestas básicas e leitoa no sorteio para celebrar queda na Covid em cidade do Noroeste

A Prefeitura de Barra de São Francisco, na região Noroeste do Estado, vai sortear 100 cestas básicas e uma leitoa na tarde desta sexta-feira (23) entre os moradores que preencheram os cupons da campanha de incentivo à utilização de máscaras de proteção como instrumento de controle da pademia de Covid na cidade, epicentro da cepa inglesa (mutação do vírus) no Espírito Santo.

O assunto é destaque da coluna de Leonel Ximenes no portal A Gazeta, enfatizando que, depois de atingir a 928 pessoas com o vírus ativo da Covid no período mais crítico da doença, o município começa a colher os resultados de todas as medidas que adotou para conter a tragédia que se abateu sobre a cidade e que provocou 99 mortes pela doença nos últimos 50 dias.

Nos próximos 15 dias, a expectativa do secretário municipal de Saúde, Gustavo Lacerda, que também é o vice-prefeito, é que o número de pacientes ativos com a doença caia para menos de 100 pessoas. O número de casos ativos caiu para 455 nesta quinta-feira (22), menos do que os 478 do dia 29 de março, quando começou uma fase considerada trágica para o município.

O pico da doença deu-se nos dez primeiros dias de abril, depois que março (43 óbitos) registrou um crescimento de mais de 600% nas mortes em relação a fevereiro (seis óbitos). Em apenas dez dias, houve um salto de mais de 100% no número de casos ativos. No meio desse caos, os últimos 21 dias registraram um crescimento de quase 150% nos óbitos. Nesta semana, porém, as mortes passaram a cair e houve dia até mesmo em que não se verificou óbito.

Uma das medidas adotadas pela administração municipal foi criar uma premiação para as pessoas “flagradas” circulando com o uso de máscaras pelas ruas. Essas pessoas são abordadas pela equipe da Prefeitura, preenchem um cupom e vão concorrer a prêmios. O primeiro sorteio da campanha será realizado nesta sexta-feira (22).
“Estamos, agora, numa descida do gráfico em relação aos casos ativos no município.

Chegamos a uma contaminação, assustadoramente, alta, mas começamos a testar em massa, identificar todos os positivos, isolamos e monitoramos todos eles. Agora, entramos na curva descendente de volta para os números antigos, sob controle”, disse Gustavo.
Até mesmo a procura por atendimento de pessoas com suspeita do vírus, no Centro de Atendimento criado pela Prefeitura num prédio de 1.500 metros quadrados, pertencente ao polo de ensino à distância de uma faculdade mineira, também caiu.

“Chegamos a atender 209 pessoas, mas o número caiu pela metade e, o que é melhor, com índice de positivo para o vírus abaixo de 10%. Além do trabalho do centro de atendimento, fizemos uma barreira sanitária com testagem em massa nos distritos. Em alguns lugares, os positivos não passaram de 5% dos casos suspeitos”, acrescentou o vice-prefeito e secretário de saúde.

Se os números ativos estão em queda vertiginosa, na mesma proporção que subiram, então, porque continuou morrendo gente? O secretário explicou: “Eram pessoas que estavam internadas há 15 ou 20 dias, daquela leva em que as pessoas somente procuravam socorro quando já estavam em estado grave. A maioria desses veio a óbito”.

A pressão sobre o hospital estadual Dr Alceu Melgaço Filho também diminuiu. No final de março, o hospital foi transformado em referência de Covid e estava superlatado, com 10 pessoas intubadas na UTI, 13 intubadas no semi-intensivo da enfermaria, que não tinha mais nenhum leito desocupados dos 57 disponíveis. Nesta quinta-feira, havia 10 pacientes na UTI, dois no semi-intensivo e 11 na enfermaria.

“As pessoas que estão sendo internadas estão mais estáveis, diferente do que ocorria antes. Foi importante o trabalho de bloqueio e monitoramento que fizemos, com os primeiros cuidados no Centro de Atendimento, dotado de 50 leitos”, observou o secretário.

Para conter a fase crítica da pandemia, o prefeito Enivaldo dos Anjos decretou estado de emergência e calamidade na saúde, fechou as atividades econômicas por duas semanas, com toque de recolher das oito da noite às seis da manhã seguinte. Além disso, implantou um Centro de Atenção Alimentar a pessoas em situação de vulnerabilidade, onde em 25 dias foram servidas mais de 14 mil refeições em marmitex.

Enquanto isso, foram feitos 10.390 testes, correspondentes a quase 25% da população, ao mesmo tempo em que a equipe da saúde municipal intensificou a vacinação. O município recebeu 10.755 doses, sendo 8.097 destinadas à primeira dose. “Desde que chegou a primeira vacina, não descansamos. Uma das primeiras pessoas vacinas foi dona Maria Rita, com 114 anos, a pessoa viva mais idosa do Espírito Santo”, observou Gustavo, conforme registro do colunista Leonel Ximenes.