Carne mal cozida pode ter provocado contaminação de criança que morreu após surto em creche de Vila Velha

Carne de boi mal cozida pode ter provocado a contaminação que causou a morte do menino Théo, de dois anos, após surto de diarreia em uma creche no município de Vila Velha. Ao todo, 17 pessoas adoeceram com o surto e outros cinco casos estão em investigação.

Segundo a professora de microbiologia e pesquisadora do Departamento de Patologia da Universidade Federal do Estado (Ufes), Liliana Cruz, a contaminação por subtipo de bactéria que causou a morte de Théo, pode ter ocorrido por ingestão de carne bovina mal cozida.

A Escherichia Eccoli Enterohemorrágica, que seria comum ao trato intestinal de animais, em especial os bovinos, foi identificado em exames realizados pelo Laboratório Central do Estado, com base em amostras coletadas na água da unidade de ensino e fezes das crianças doentes, que frequentavam o local.

Casos
O surto de diarreia já deixou, pelo menos, 17 pessoas doentes. Entre elas, 11 são crianças, três são professores e outros dois funcionários da escola. Um menino de dois anos, filho de uma educadora, também apresentou os sintomas e teria contraído a doença da mãe.

Na noite desta terça-feira (2), a Secretaria de Saúde de Vila Velha recebeu a notificação de cinco novas suspeitas: duas crianças que estudam na creche e familiares de pessoas ligadas ao estabelecimento. Caso confirmadas, o número de vítimas passa de 17 para 22.

Nas ocorrências mais recentes, sintomas como febre e vômito não se manifestaram. As consequências ao organismo humano causadas pelo subtipo enterohemorrágico, entretanto, são mais graves por causa de uma toxina produzida pela bactéria. O paciente tem anemia, insuficiência renal, convulsão e lesão cerebral. A condição foi, inclusive, causa da morte do menino Théo.

Nesta quarta-feira, uma criança de três anos, que estava internada em um hospital particular de Vitória, recebeu alta médica e deve deixar o local ainda nesta quarta. As infecções mais graves ocorrem em crianças de dois a cinco anos de idade.

Segundo a família de uma das crianças que seguem internadas, a menina apresentou melhora no quadro de saúde. Os familiares informaram que as plaquetas aumentaram e eles aguardam que o organismo da criança continue reagindo positivamente à dialise.

Informações: Folha Vitória