Homem que causou acidente fatal em Aracruz é condenado a mais de 45 anos de prisão

Yago Luan Sobral Conti foi condenado nesta quarta-feira (13) a uma pena de 45 anos e quatro meses de reclusão, por causa um acidente com morte em março de 2018, em Aracruz. O acusado estava fugindo com um veículo roubado, quando perdeu o controle e invadiu a contramão.

No dia 17 de março de 2018, o suspeito armado, roubou o carro de uma mulher e fugiu em alta velocidade pela ES-010. Durante a fuga, Yago que não possuía carteira de habilitação e tem uma deficiência no braço direito, perdeu o controle do veículo, entrou na contra mão e colidiu com o carro da vítima Eliane Izidio de Melo que morreu na hora. Além dela, o filho que na época tinha 15 anos, também estava no carro e teve lesões graves.

Yago foi encontrado na parte de trás do carro e teve ferimentos. Na época do caso, havia a suspeita de que outras duas pessoas teriam participado do crime, mas isso foi refutado pela justiça, que concluiu que ele foi o único responsável.

Em juízo, o acusado confessou o roubo do carro, mas negou que estava dirigindo o veículo. Entretanto, o filho de Eliane, sobrevivente do acidente e a dona do carro roubado o reconhecerem.

Além disso, para a justiça, Yago estava no banco de trás porque tentava fugir do local, já que seus sapatos foram encontrados no banco do motorista e seus machucados apontam que ele estava mais vulnerável, ou seja, na parte da frente.

Durante o julgamento, os jurados entenderam que o acusado assumiu o risco de gerar consequências fatais, ao dirigir o veículo roubado, sem carteira.

A justiça condenou Yago a 45 anos e 04 meses de reclusão, pelos crimes de homicídio qualificado, praticado para assegurar a prática do crime de roubo, homicídio qualificado tentado, dirigir sem CNH e roubo com maior gravidade, já que ele cometeu o crime armado e utilizando de ameaças.

Sofrimento

Eliane Izidio de Melo era mãe de três filhos, um deles, um adolescente de 15 anos, estava no carro com ela no momento do acidente e teve lesões graves. Segundo Rebeca, uma das filhas, a situação causou muita dor a família.

“Foi muito difícil, porque nós vivíamos praticamente só com nossa mãe, era tudo com ela, é muito difícil viver sem ela. De uma hora pra outra nossa vida mudou completamente”, lamenta.

Rebeca ainda destaca que a recuperação do irmão tem sido difícil. “Ele teve o pulmão perfurado pelas costelas, passou pela fisioterapia, por tratamento e teve uma boa recuperação, porque ficamos do lado dele. Hoje podemos dizer que o físico dele está recuperado, mas o psicológico ficou totalmente afetado”.

Para a filha da vítima, o trabalho das autoridades foi exemplar, mas ela não acredita na legislação brasileira e se revolta em pensar que o suspeita não pagará de verdade pelos crimes.

“O promotor e o juiz nos deram muito apoio, ficamos muito agradecidos, mas sabemos que no Brasil a leia é falha, sei que eles fizeram o que puderam, mas que logo ele estará na rua. É um sentimento de revolta, porque nada justifica o que ele fez, nada vai trazer nossa mãe de volta, ele não tirou só a vida dela, tirou a nossa também”, afirmou.

Fonte: folhavitoria