“Eu tinha que pedir desculpa”, diz mãe de jovem que tentou assaltar inspetor

“Peço desculpas e sei que meu filho deve pagar pelos erros que cometeu”. A frase foi dita pela bacharel em Direito Maria Julia Alves da Silva, 52, a um inspetor penitenciário, 34, ao vê-lo saindo de uma delegacia, na manhã de domingo (5), na Serra.

O filho dela, José Felipe Alves da Silva de Paulo, 19, foi baleado e preso após tentar assaltar o inspetor. O cúmplice do rapaz, Jonathan da Silva Simões, 21, também foi detido. Os suspeitos foram autuados por tentativa de roubo e encaminhados ao presídio.

A Tribuna – O que a senhora disse para o inspetor penitenciário que foi rendido pelo seu filho no momento em que o viu saindo da delegacia?
Maria Julia Alves – Eu pedi desculpas a ele e disse que espero que o meu filho pague pelos erros que cometeu. Nunca foi isso que quis para a vida do meu filho. Esse cidadão, que é um agente de segurança, poderia estar morto agora. Eu tinha o dever de pedir desculpas a ele.

A senhora acha que o inspetor agiu de forma correta ao reagir e atirar?
Sim, ele se defendeu. Só tenho que pedir desculpas para ele e dizer que não era isso que queria para o meu filho.

Por que acha que o seu filho resolveu assaltar?
Ele é usuário de maconha e acredito que ele foi influenciado por outras pessoas. Meu filho não precisava disso. Ele é filho de um defensor público e recebe pensão do pai. Além disso, eu sempre dei tudo o que ele precisava.

A senhora acredita que o seu filho e o cúmplice dele teriam atirado contra o inspetor?
Qualquer coisa poderia ter acontecido naquelas circunstâncias. Meu filho poderia ter matado ou estar morto. Eu só sei que não criei ele para ser bandido.

Ele já chegou a ser internado por conta do vício em drogas?
Sim, quando tinha 16 anos ele foi internado compulsoriamente. Meu filho era tratado como um rei dentro de casa. Tinha de tudo, não precisava ir assaltar. Ele estudou nas melhores escolas particulares e já viajou para vários lugares do mundo. Foi criando em berço de ouro.

Ele já tinha sido preso antes?
Não. E eu jamais iria saber que ele estava fazendo isso. Agradeço a Deus por ele estar preso e não morto.

O que a senhora espera que aconteça agora?
Que ele pague pelo crime de acordo com a lei. Não deve ter pena reduzida, tem que pagar. É uma situação muito constrangedora para mim estar na porta de uma delegacia e eu lamento muito tudo isso. Quando soube que o meu filho estava preso, eu fiquei sem chão para pisar.

Informações: Tribuna on line