Turistas caem no golpe do aluguel e ficam no prejuízo em Guarapari

Guarapari, Praia do Morro

Alugar uma casa para passar o Carnaval em Guarapari é o sonho de muitos turistas, principalmente os mineiros. Mas o desejo se tornou pesadelo para grupos de amigos e seus familiares. Eles caíram no golpe da casa de aluguel para o feriadão.

Na internet, eles encontraram casa com piscina, seis quartos e na Praia do Morro, bairro mais procurado. O problema é que a casa não pertence à pessoa que anunciou e, após receber o depósito, o anunciante desapareceu.

Uma das vítimas é uma analista financeira de 28 anos, de Belo Horizonte (MG). Ela e mais oito pessoas da família planejaram passar o Carnaval em Guarapari e encontraram na internet uma casa com piscina no valor de R$ 3 mil. Para reserva, seria necessário depósito de R$ 900, que foi feito pela mineira.

“Inicialmente vimos que o preço estava bom e, para reservar rapidamente, fizemos o depósito. Agora, próximo da viagem, voltamos a procurar o anunciante para terminar de pagar a casa, combinar horário de chegada e tirar outras dúvidas. Vimos que ele sumiu, e começamos a desconfiar. Quando conseguimos falar com ele, pedimos cópia de uma conta de luz e um documento, para ter certeza que a casa seria dele”, contou a analista.

O suposto dono da casa enviou fotos dos documentos solicitados pela mineira, mas logo em seguida sumiu novamente. Sem atender aos telefonemas da turista, ela resolveu enviar um e-mail para o anunciante, dizendo que quem ocuparia a casa seriam policiais e um juiz. E eles estavam muito desconfiados dele.

“Eu falei que quem ocuparia a casa seriam policiais federais e um juiz. E que eles iriam atrás dele onde fosse para encontrar a casa. Dias depois eles responderam o e-mail dizendo que o dono da casa teria morrido e que os filhos teriam ocupado a casa. Por isso, não seria mais possível alugar e devolveriam o dinheiro. Mas, até agora isso não aconteceu”, desabafou a mineira.

Esse grupo acabou conseguindo alugar uma outra casa diretamente com um corretor de imóveis, que ainda comentou que a casa que eles encontraram na internet de fato era golpe. E ainda, que o valor de aluguel para cinco dias não sairia por menos de R$ 6 mil.

Prejuízo de R$ 4 mil para gerente de banco

Se alguns turistas ainda conseguiram alugar outra casa, um gerente de banco de 32 anos ficou tão decepcionado com o golpe que decidiu, junto com os amigos, mudar o destino da viagem de Carnaval.

Ele estava em um grupo de 10 pessoas. A casa alugada por eles ficou em R$ 4 mil. Eles pagaram tudo e quando perceberam que o anunciante não atendia mais aos telefonemas, constataram o golpe.

“A gente acha que isso nunca vai acontecer com a gente. É um sentimento de revolta e impotência. Na internet tem várias casas mesmo, e escolhemos justamente aquela que pode até existir, mas que não pertence ao anunciante”, contou o bancário.

“Foi uma grande decepção mesmo. Seria nosso primeiro Carnaval em Guarapari. E agora decidimos passar em Minas Gerais mesmo, em Ouro Preto”, afirmou o mineiro da cidade de Uberlândia.

Uma comerciante de Pedro Leopoldo (MG), 42, também caiu no golpe. E com ela foi pior. Junto com os familiares ela viajou até Guarapari no mês passado e só quando chegou à casa descobriu o golpe.

“Viemos em três carros, 8 adultos e 4 crianças. Quando chegamos à casa, chamamos e apareceu um rapaz que falou que a casa não era de aluguel. Meu irmão mostrou o depósito, o contrato e foi muito estranho. A homem que estava na casa disse: ‘você é só mais uma. Estão alugando essa casa aqui, mas não fui eu que aluguei’”, disse a comerciante.

“Ele falou que tinha feito Boletim de Ocorrência, meu marido pediu para ver, mas ele não tinha. Como uma pessoa entra na minha casa, tira foto, aluga, e eu não sei?”.

Fonte: tribunaonline

Dicas para proprietários e turistas

Recomendações para turistas

  • Pesquisar a procedência de imobiliárias e corretores.
  • Se possível, pedir a um conhecido que passe no local desejado para saber se o imóvel realmente existe.
  • Respeitar tudo o que for combinado no contrato de aluguel por temporada, mesmo que seja apenas para quatro dias como é o caso do feriado de Carnaval incluindo a lotação máxima.

Principais problemas de locatários

  • Superlotação: hospedar mais pessoas que o acordado.
  • Depredação: quebrar móveis e utensílios, estragar pintura.
  • Sublocação: alugar uma casa de praia antes do feriado e realugar o imóvel para terceiros, cobrando um valor bem maior pelo período de temporada.
  • Usar o imóvel para fins comerciais, não acordado com o dono.

Alerta para proprietários

  • Redigir um bom contrato, se resguardando judicialmente de todos os problemas que podem ocorrer.
  • Fixar multa para turistas que não respeitarem o limite de hóspedes.
  • Fazer um inventário de todos os itens deixados na casa.

Fonte: Especialistas consultados.