Vinte mil profissionais perdem emprego para máquinas no Estado

Um total de 20 mil profissionais no Estado teve suas funções substituídas por máquinas nos últimos dois anos. Entre as áreas mais impactadas estão os setores de call center, agências bancárias, segurança, linhas de montagem e indústria de transformação – que transforma matéria-prima em produto final.

Na medida em que vai buscando resolver suas necessidades por meio de aplicativos, sem sair de casa, a população acaba reduzindo a exigência de atendimento presencial. Os dados são de estudo feito por especialistas do Estado.

Sendo assim, os atendentes humanos perdem espaço enquanto os virtuais passam a ser mais utilizados. Além disso, as possibilidades de autoatendimento também substituem o trabalho de outros profissionais, como vendedores e operadores de caixa.

A coordenadora de recrutamento e seleção da Kato Consultoria, Marcella Sarmento, lembrou que em Vitória já existe uma loja totalmente automatizada. “O cliente entra, escolhe o que quer e paga com o cartão. Não tem nenhum funcionário”, destacou.

Ela observa que a automação está mais presente em áreas como segurança, vigilância e comércio e, futuramente, deve se tornar comum também no setor de transportes.

No Espírito Santo já há um carro autônomo que foi desenvolvido por alunos da universidade federal (Ufes). Mas ela acredita que a popularização desse tipo de transporte ainda vai demorar.

A analista do Sebrae, Adriana Rocha, lembrou que o setor de call center foi afetado. Inclusive, já são feitas ligações com DDD 27 (do Espírito Santo) partindo de robôs.

Segundo o diretor da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, a junção da crise econômica com o avanço da tecnologia resultou em grande desemprego.

“Os empregos tradicionais estão sendo perdidos e nós não temos mão de obra qualificada para assumir as novas funções e operar as máquinas. Nossos operários não falam inglês, e os manuais são todos em inglês”, exemplificou.

Ele destaca que a sociedade enfrenta um desafio. “Temos que dar um salto gigantesco de inovação na formação dos profissionais. Afinal, o emprego não é mais o mesmo”.

Fonte: tribunaonline