Petrocity anuncia investidor internacional no porto em São Mateus

Mais de 200 lideranças são aguardadas para a assinatura do Memorando de Entendimento nesta quinta (17), com o governador Renato Casagrande, no Palácio Anchieta

O Palácio Anchieta sediará a solenidade de assinatura de contratos para construção do porto da Petrocity

Um passo largo para o início da construção da maior plataforma de logística do Brasil será dado nesta quinta-feira, 17 de janeiro, às 15 horas, no Palácio Anchieta, quando a Petrocity Portos S.A. assinará com seus parceiros os contratos para instalação do Centro Portuário de São Mateus, em Urussuquara, litoral Norte do Espírito Santo.

Na ocasião, o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, assinará com o governador Renato Casagrande (PSB) o Memorando de Entendimento para a execução da obra e apresentará quem é o principal investidor internacional no projeto e cujo representante também participará do evento.

O presidente da Petrocity fará uma apresentação técnica de todo o projeto, incluindo as projeções para a futura Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, ligando Sete Lagoas (MG) a São Mateus.

Mais de 200 lideranças empresariais e políticas de Norte a Sul do Estado, bem como de Minas Gerais, já confirmaram participação no evento. Aliás, uma delegação composta por dois deputados estaduais, prefeitos e vereadores mineiros confirmou sua participação e terá, com a direção da Petrocity, um encontro posterior à solenidade no Anchieta para conhecer mais detalhes sobre os dois projetos.

MUDANÇA

Principal liderança política da região Noroeste do Estado, o deputado Enivaldo dos Anjos (PSD) é um defensor dos dois projetos por considerar que isso provocará uma revolução na economia ao Norte do rio Doce.

“Será o terceiro ciclo do nosso desenvolvimento, que começou em meados do século passado com a cultura do café, ampliou-se com as rochas ornamentais e agora terá um novo impulso”, disse o parlamentar.

O Centro Portuário de São Mateus implicará em investimentos de R$ 3,2 bilhões, sendo que o principal contrato será destinado à Construtora Odebrecht, previsto em R$ 2,1 bilhões. Será a primeira grande obra da empresa desde que começaram as investigações da Operação Lava Jato, que atingiu seus principais executivos.

“Estamos projetando a maior plataforma logística do Brasil e a Odebrecht é nossa parceira nesse empreendimento. É a empresa brasileira mais bem preparada para esse tipo de obra. A Odebrecht já construiu  52 portos no mundo e 19 no Brasil. Nessa reunião técnica, todos conhecerão nossos parceiros no investimento. Assim que o Iema nos der a licença ambiental, começaremos a contratar imediatamente para iniciar as obras, que no porto vão durar em torno de três anos”, disse José Roberto.

Durante a fase de construção civil, as obras do CPSM gerarão 2.500 empregos diretos e, quando entrar em operação, serão 2.000 empregos diretos e expectativa de outros 6 mil indiretos.  O porto terá capacidade inicial de movimentar 1,4 milhão de toneladas anuais de cargas diversas, comportando navios dos maiores portes que navegam nos oceanos do mundo, pois seu calado passará de 16 metros.

O impacto do complexo portuário, o único da região Sudeste na área da Sudene, ocorrerá sobre a economia tanto do Norte e Noroeste do Espírito Santo, quanto do Sul da Bahia e do Leste de Minas, diretamente, mas existe uma grande expectativa ao longo de todo o trecho previsto para a nova ferrovia, especialmente na região de Confins e Sete Lagoas, pois cargas do Brasil Central e do Centro-Oeste poderão ser transportadas até as UTACs dessas duas cidades e embarcadas direto para São Mateus.

FERROVIA

A segunda planta, composta pela estrada de ferro, está despertando grande interesse nas regiões de impacto direto, especialmente nas cidades onde estão programadas Unidades de Transbordo e Armazenagem de Cargas (UTACs): Barra de São Francisco (ES), Governador Valadares, Santa Maria de Itabira, Confins (município onde está instalado o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte) e Sete Lagoas.

De acordo com o presidente da Petrocity, o complexo portuário não depende da ferrovia, mas a sua construção é fundamental para criar uma conexão com o interior do País, tanto para exportações quanto para a internalização de importações. “O transporte ferroviário dá mais competitividade aos produtos brasileiros, pois o frete é muito mais barato do que o modal rodoviário”, disse José Roberto.

Um dos setores mais impactados, no primeiro momento, seria o de rochas ornamentais do Noroeste do Espírito Santo. De acordo com empresários da região, hoje cerca de 600 carretas trafegam diariamente nas rodovias em direção à Grande Vitória e Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado. As informações são de que as empresas do setor hoje operem com a metade de sua capacidade por falta de logística de transporte.

A primeira etapa da ferrovia será de São Mateus a Governador Valadares, segundo o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, com extensão de 260km.

 (Série de reportagens produzidas pelo jornalista José Caldas da Costa sobre os impactos dos projetos da Petrocity na economia do Norte e Noroeste do Espírito Santo)