Duplo homicídio em Guarapari pode estar relacionado ao tráfico de drogas, diz delegado

Entre as vítimas está o ex-policial militar Dulcindo do Carmo Machado, expulso da corporação por envolvimento com roubo de armas de um batalhão no município da Serra em 2015

O duplo homicídio ocorrido na manhã deste domingo em Guarapari pode estar relacionado ao tráfico de drogas. O ex-policial Dulcindo do Carmo Machado e Marcelo Lima Rangel foram assassinados quando saiam de uma casa de shows no município. Uma outra vítima, que estava com eles, foi baleada de raspão.

O subtenente da Polícia Militar, Dulcindo do Carmo Machado, foi expulso da corporação no dia 1º de novembro por envolvimento com um roubo de armas na sede do sexto batalhão, na Serra, em julho de 2015.

De acordo com o delegado Josafá da Silva, responsável pelo caso, Marcelo e o ex-policial tinham envolvimento com o tráfico de drogas no bairro Ilha dos Aires, em Vila Velha.

Ainda segundo a Polícia Civil, os homens foram mortos após participarem de uma festa rave. Dois homens espapuzados chegaram em um HB20 prata, perseguiram as vítimas e efetuaram diversos disparos.

Cada uma das vítimas foi morta com mais de dez perfurações. A arma utilizada no crime foi uma pistola calibre 9mm, de uso restrito das Forças Armadas.

Após o duplo homicídio, o veículo utilizado pelos criminosos foi abandonado em uma estrada entre os bairros Santa Rosa e Jabaraí, no mesmo município. A PC afirma que o carro tinha restrição de roubo e furto.

A testemunha baleada foi ouvida pelo delegado e liberada em seguida. Policiais civis e militares realizaram buscas na região, mas até o momento, nenhum suspeito foi identificado ou preso. O crime segue sob investigação da Delegacia Regional de Guarapari.

A última entrevista da vítima

Em entrevista concedida poucos dias após a expulsão, o subtenente afirmou que tinha como provar que não teve envolvimento com o furto de armas na sede do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Serra, em 2015. Alegando inocência, Machado falou com a imprensa sobre a acusação de ter envolvimento com criminosos. “Eu prefiro trabalhar de ajudante de pedreiro do que sair da polícia com uma mácula dessa”, afirma.

Dulcindo tinha quase 30 anos de Polícia Militar. Ele entrou na corporação em 1989 e, há pouco tempo, se aposentou. Ele era subtenente no 4º Batalhão de Polícia Militar e foi expulso após a PMES concluir que o militar teve envolvimento com o crime. Sobre esse fato, Dulcindo diz que tem uma explicação. “Em primeiro lugar, eu não estou envolvido com furto de arma. O que houve é que um membro que eu investigava estava envolvido nesse caso”, falou.

Fonte: folhavitoria