Policial civil descumpre medida protetiva e é preso após ameaçar incendiar salão de beleza da ex

Uma janela do salão foi quebrada

Um investigador da Polícia Civil, identificado como Nelson José da Silva Castro, foi preso por suspeita de tentar incendiar o salão de beleza da ex-mulher, em Vitória. Nelson e a mulher já estavam separados desde o mês de maio deste ano. A dona do estabelecimento também denunciou o ex-marido na Corregedoria da Polícia Civil por descumprimento de medida protetiva.

Segundo testemunhas, a tentativa de atear fogo no estabelecimento aconteceu na última segunda-feira (15). O policial teria ido até o local com uma machadinha, dois litros de gasolina, buchas de papel e um isqueiro. Após um ataque de fúria do policial, o vidro de uma janela teria sido quebrado.

Testemunhas disseram ainda que a tentativa de incêndio foi para cumprir uma ameaça que o policial teria feito à ex-mulher no domingo (14). Ele prometeu incendiar o salão caso a filha do casal, de 9 anos, não fosse entregue a ele em 20 minutos.

“Eu cheguei e disse para ele que a esposa e nem a filha estava. Ele disse que iria encontrar a filha de qualquer jeito. Por volta das 10h30 ele voltou e iria colocar fogo no local”, disse uma testemunha que não quis ser identificada.

De acordo com a cabeleireira, ela conseguiu evitar o incêndio porque disse ao ex-marido, por telefone, que levaria a menina. No entanto, enquanto isso, ela avisou à polícia o que estava acontecendo. Militares foram até o local e o investigador foi detido.

Após a prisão, o policial foi levado para uma delegacia na capital. Após passar por audiência de custódia, foi transferido para outra, em Vila Velha. A Justiça converteu a prisão em flagrante delito do autuado em prisão preventiva. A ex-mulher denunciou o policial na corregedoria de Polícia Civil por descumprimento de medida protetiva.

Perfil

De acordo com o Portal da Transparência do Governo do Espírito Santo, Nelson é investigador da Polícia Civil desde julho de 2009 e tinha um salário médio, com os descontos, de pouco mais de R$ 6 mil. Além do cargo, ele também é examinador de provas práticas do Detran desde 2004.

Ainda segundo o Portal da Transparência, Nelson também já foi agente penitenciário. Ele ingressou no quadro de servidores da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) em 1996, sendo desligado em 2009, quando assumiu a atual função.

Segundo a Justiça, ele também responde por outras duas ações penais, sendo uma por violência doméstica e outra por crimes de trânsito.

Por nota, o Detran/ES informou que a coordenação de provas irá bloquear o examinador citado no sistema. O órgão esclareceu, ainda, que, conforme a Instrução de Serviço N21/2014, a atividade de examinador de trânsito pode ser exercida por servidor público estadual devidamente capacitado para a atividade e os profissionais que fazem parte do cadastro são escalados de acordo com a necessidade do órgão para a aplicação de exames teóricos e práticos.

Segundo o Detran, um dos documentos exigidos para a entrada no quadro de examinadores é a Certidão Negativa Estadual Criminal e que assim que é identificado que o examinador não apresenta conduta ética e idônea, o mesmo pode ser bloqueado e impedido de realizar essa atividade.

A defesa do policial civil não foi localizada até a publicação desta reportagem.

Fonte: folhavitoria