Presidente da EDP (Escelsa) deverá comparecer de maneira obrigatória a CPI da Assembleia legislativa

O diretor-presidente da EDP Escelsa no Espírito Santo, Michel Nunes Itkes deverá ser convocado de maneira coercitiva para comparecer à próxima reunião da CPI da Assembleia Legislativa que investiga casos de sonegação de impostos no Estado. Ausente à reunião que ocorreu nesta terça-feira (15), Itkes chegou a enviar um advogado representante da empresa, o que não foi aceito pelo presidente da Comissão, deputado Enivaldo dos Anjos (PSD).

“Isso não vai ficar bom para vocês. O presidente da EDP tem que vir aqui na próxima semana nem que seja por meio da polícia porque isso aqui não é brincadeira e não pode ficar assim. É uma vergonha essa situação em que vocês colocaram a população capixaba e que todo dia é mostrada na imprensa”, disparou o deputado diante do representante da empresa concessionária de energia elétrica e do também convocado, porém presente, presidente do Banestes, Michel Neves Sarkis.

Sarkis, que prestou depoimento aos deputados sobre o rompimento do contrato entre EDP Escelsa e o Banco que preside, alegou ter sido a EDP responsável pelo fim da prestação do serviço de recebimento feita pelo Banestes há 14 anos.

“Essa operação em si gerava prejuízos para o banco e eu gostaria de voltar a prestar o serviço. Mas o Banestes não pode subsidiar o recebimento de faturas de uma empresa privada”, disse o presidente.
De acordo com ele, as operações de recebimento de faturas da EDP no Estado causariam prejuízos ao banco, o que teria sido passado à concessionária de energia mediante uma proposta de reajuste nos valores cobrados da empresa. Sem sucesso, a EDP definiu o encerramento imediato do contrato, o que teria causado o transtorno à população. Ainda segundo Sarkis, assim como outros bancos o Banestes mantém o recebimento das faturas a partir de plataformas digitais.

Em resposta à justificativa apresentada pelo presidente do Banco Estadual, Enivaldo dos Anjos criticou duramente a situação causada pelos prestadores de serviço. “A rede bancária do Banestes não é como outra qualquer porque ela é pública e tem função social. Essa postura de transformar o banco em particular, visando somente o lucro está levando a população a um prejuízo enorme. Não justifica o Estado ser acionista majoritário de um banco, ter dinheiro público aplicado nele para o banco dar as costas à população querendo ter lucro. Este banco em especial tem que ter função social”, arrematou o deputado que antes de disparar críticas à postura das empresas ofereceu a possibilidade de acordo entre elas.

Segundo Enivaldo, o rompimento repentino do contrato foi uma atitude irresponsável de Banestes e EDP e deveria ter sido anunciado com antecedência aos usuários. “O governo foi atingido frontalmente com essa falta de organização das empresas. O pagamento de contas por meio de postos do Banestes corresponde a cerca de 25% dos impostos dessa natureza recebidos pelo Estado e vocês não avisam antes que vão romper o contrato?”, questionou o deputado, oferecendo a possibilidade de entendimento e retorno das atividades normais até o fim do ano, o que não foi acertado pela ausência do representante da EDP à reunião.

Devidamente comunicado da nova convocação, o presidente da EDP deverá comparecer à próxima reunião da CPI, que acontecerá na terça-feira (22/05), a partir das 11h.